Emmett Shear, mais conhecido com “o fundador do Twitch” deu declarações curiosas sobre como o futuro dos videogames poderá se desenrolar nos próximos anos. Ele acredita que a geração atual de consoles, que engloba oXbox One, PS4 e Wii U poderá ser a última com o formato atual, com sistemas fechados dedicados a games.
Em um evento realizado em Londres, Shear disse que o ciclo de vida de 7 anos de um console não faz mais sentido.
“O problema é que um ciclo de atualização a cada sete anos não funciona contra os sistemas de atualização de dois anos de qualquer outro hardware,” disse Shear, em uma comparação lógica com o mercado de smartphones ou componentes para PC. “Estão tão intrinsecamente unidos a como as consolas são fabricadas e desenhadas, e a todo o seu modelo de negócio, que me surpreenderia ver outra geração.”
Ele continua, dizendo que o futuro poderá ser ditado pela oferta de serviços, que não implicaria no fim dos videogames, mas a Sony, Microsoft e Nintendo precisarão mudar o seus conceitos para tornar os futuros equipamentos mais próximos dos sistemas com acesso a vários serviços online e funções multimídia. SegundoShear, os próximos consoles deverão ter um ciclo de vida comercial mais curto.
“Elas vão mudar o seu formato. Já podemos ver isso tanto no Xbox como no PlayStation, onde o ciclo de atualização dos seus sistemas operacionais e jogos é mais rápido. Este é o primeiro passo para fazer o mesmo com o hardware. Imagino uma versão 1.1 de um produto da Microsoft e da Sony que adiciona um pouco mais de velocidade e memória, de forma semelhante ao mercado dos smartphones ou tablets dos dias de hoje,” concluiu Shear.
Esta é uma questão delicada. Vejo o mercado de consoles muito distante do que é o de PCs e mobiles em geral. Normalmente, o consumidor que é entusiasta e gosta de adquirir produtos recém lançados é quem vai jogar no PC ou vai sair comprando um Nvidia Shield há cada 2 anos. Nos consoles é muito diferente, já que o consumidor vê o equipamento como um investimento que irá lhe atender durante anos. Se os consoles começarem a possuir atualizações de hardware irá acontecer como o New 3DS em que alguns jogos novos pra ele não rodam no 3DS“normal”. Com certeza seria um tiro no pé e geraria um descontentamento nos jogadores e consumidores que estão acostumados com o formato atual. Mas não seria esse o problema, não estariam os consumidores temendo o que é desconhecido para eles enquanto muitos já usam esse formato no PC?
Apesar de tudo, a arquitetura fechada ainda funciona muito bem para os consoles, onde sempre existiu um estudo por parte das produtoras para maximizar os ganhos de desempenho com um mesmo hardware a cada ano. O produtor Oles Shishkovstov, da 4A Games, que desenvolve a série Metro, foi bastante convincente ao dizer em uma entrevista no ano passado que quando há programação dedicada a um hardware, os resultados podem ser surpreendentes.
“Bem, obviamente que os novos consoles não vêm com aquele hardware topo de linha que podem comprar para um PC (embora por quantidades exorbitantes de dinheiro) hoje em dia. Mas acho que são máquinas relativamente bem equilibradas em termos de hardware, hardware esse que é bastante superior ao que a maioria das pessoas tem nos seus PCs de momento, em termos de performance. E não nos esqueçamos que ao programar a um nível mais baixo, mais próximo do hardware, conseguimos o dobro da performance que aquela que teríamos ao programar num PC com especificações equivalentes. Contudo, na prática, chegar a esses níveis de performance requer algum tempo.”
Então, vendo todos os lados da moeda, resta a nós consumidores procurar entender o que seria melhor para o mercado. Vejo que ainda não é a hora ou ainda não tenha nascido o melhor formato que consiga substituir o atual que há nos consoles, que de certa forma dita como os jogos evoluem e com isso “prende” a evolução no PC também. Mas que estamos próximos de alguma mudança isso é fato, seja por necessidade ou por pressão tecnológica. Basta ver que mesmo com bons hardwares os dois consoles de ponta já nasceram de certa forma, limitados.
O que você acha disso tudo?
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