A GDC 2015 foi marcada pela ascensão de um novo modelo de negócio pras donas das engines de jogos.
Os sinais já estavam aí, mas foi durante a Game Developers Conference na última semana que chegou a confirmação: entramos definitivamente em uma nova era das engines, os programas por trás do desenvolvimento dos jogos de independentes e pequenas publishers.
As novidades anunciadas na GDC 2015 são reflexos naturais de um mercado que está mudando seus próprios paradigmas. Nunca foi tão acessível arregaçar as mangas e desenvolver um jogo, seja lá qual for o tamanho da sua fome por criar. Para entender melhor os benefícios de cada uma dessas engines – e por que muitos criadores estão soltando fogos por conta desses anúncios –, nada melhor do que ver o cardápio inteiro de opções que os desenvolvedores terão num futuro próximo.
Unity 5
Engine de jogos como: Hearthstone, Wasteland 2, Jazzpunk, Shadowrun Returns, Gone Home, Thomas Was Alone e mais uma porrada de games independentes do seu Steam que você nunca instalou
Se você estiver procurando pelo grande culpado da mudança de foco das empresas de engine, pode apontar pra Unity. No últimos anos, a companhia ouviu a sua base de usuários e aprendeu a se adaptar para chegar no maior número de mãos de desenvolvedores possível. A Unity é considerada a engine com mais ferramentas e opções para criadores que estão começando. A interface acessível e a facilidade para trabalhar com desde modelos 3D a sprites 2D também ajudam bastante os pequenos estúdios.
A Unity 5 é a versão mais nova da engine e disputa a atenção dos desenvolvedores da nova geração de consoles ao lado de Unreal, da Epic, e CryEngine, da Crytek, chegando pesado com suporte a 64-bit e WebGL. O melhor de tudo: mesmo se tiver renda abaixo de US$ 100 mil ou recebeu financiamento até o mesmo valor, você pode usar o programa e todas as suas funções de graça.
Unreal 4
“Se você ama alguém, deixe-o livre.” É assim que começa o post de anúncio da nova versão da Unreal Engine 4, agora gratuita para projetos que rendem até U$ 3.000 (ou R$ 9.300) em vendas. Se passar da marca, o desenvolvedor paga uma taxa de 5% em cima da renda pra Epic. E até segunda ordem, todas as atualizações e ferramentas da engine continuarão sendo distribuídas de graça pela empresa.
Para os desenvolvedores, o grande atrativo da Unreal 4 é a sua capacidade gráfica, com ferramentas boas de iluminação dinâmica e sistemas de partículas que conseguem segurar a bronca de até um milhão de partículas na mesma cena. Não é a toa que, ao lado da CryENGINE (de onde saiu jogos lindões como Ryse: Son of Rome, Evolve, Star Citizen e – claro – Crysis), é uma das engines mais usadas por grandes estúdios do mercado. O design intuitivo e a acessibilidade para desenvolvedores amadores da sua versão mais recente são a cereja no bolo de opções da engine.
“A Unreal nunca foi tão forte. Percebemos que tirando as barreiras, mais pessoas podem tirar do papel seus projetos criativos e construir o futuro dessa mídia que tanto amamos. É por isso que estamos eliminando a última barreira e liberando gratuitamente [a engine]”, escreveu Tim Sweeney no site da companhia. Ponto pra Epic.
Engine de jogos como: Zeno Clash, Dear Esther, The Stanley Parable, Titanfall e quase tudo o que a Valve lançou desde 2004
O maior trunfo da engine da Valve vem das formas diversas e flexíveis que os desenvolvedores trabalharam com ela. Saindo do forninho da Source vimos não só jogos que definiram uma geração (oi, Half-Life 2), mas também modificações impressionantes como o Garry’s Mod e vídeos muito loucos feito na Source Filmmaker. É por isso que muitos desenvolvedores ficaram extasiados quando a empresa anunciou a Source 2, a sucessora da sua engine.
Para não ficar atrás das concorrentes, a Valve também prometeu gratuidade – apesar de ainda não sabermos se a versão grátis da engine vem com alguma limitação de publicação. “Vamos liberar gratuitamente a Source 2 para todos os criadores de conteúdo”, foi o que disse Jay Stelly, desenvolvedor da empresa, durante o anúncio oficial na GDC. “Nosso foco é aumentar a produtividade dos criadores. Tendo em visto o quanto o conteúdo gerado pelo usuário se tornou importante, a Source 2 foi feita não só pro desenvolvedor profissional, mas também para permitir que os próprios jogadores possam participar da criação e desenvolvimento dos seus jogos favoritos.”
É uma promessa grande, mas quem não quer acreditar em um mundo onde as ferramentas para construir um jogo do zero sejam tão acessíveis quanto os jogos na sua biblioteca do Steam?
Fonte: RedBull
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